quarta-feira

find

Acorda de manhã, embrenhado na roupa de cama imaculadamente branca, num quarto monocromático sem um apontamento de cor. Preguiça na cama depois de desligar o despertador.
Levanta-se.
Abre a torneira da água fria, mete-se encolhido debaixo do chuveiro.
Sai.
Dirige-se ao quarto, pega na roupa que está metricamente dobrada em cima da cadeira à esquerda da janela.
Veste-se.
Dirige-se à porta e olha para a mesa onde está posada a carteira. Olha novamente. Sai.
Olha para a sua rua como se fosse a primeira vez, apanha um autocarro que não o habitual, vai vendo as pessoas, as ruelas que não conhece, avenidas que já foram mudando ao longo dos anos.
Sai numa paragem onde só sai uma mulher cujo rosto não viu.
Segue-a.
Não conhece aquela rua, tem uma postura elegante, ela.
Vira na esquina à esquerda, anda mais um pouco e roda a chave da fechadura. Entrou em casa, ela.
De súbito não sabe para onde ir, quem seguir, o rumo a seguir.
Ela espreita pelo cortinado, assusta-se. Olham-se. Ela esboça um pequeno sorriso meio envergonhado meio amedrontado. Ela fecha a cortina.
Ele não se move.
Anoiteceu.
Ela prepara-se para sair, e la está ele, no mesmo sitio.
Ela fecha a porta e dirige-se a ele.
-Devo gritar ou chamar a policia?
-Diz-me tu.
-Eu? Eu nem sei quem és!
-Hoje também não sei... deixei o B.I. em casa.

4 jogadas:

Rostro disse...

"Ela" seria sempre um bom (e mto bom) título

miguel taborda disse...

tenho um nó no cérebro...

miguel taborda disse...

pois não...

miguel taborda disse...

é o problema de não saber quem és e daí não saber se é uma simples história, devaneio... :)

sinal sonoro


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