sábado

Via-me passar todos os dias numa rotineira azafama.
Eu andava mas parecia que corria, ele estava sentado no banco de sempre com o mesmo jornal mas já com outras notícias.
Os nossos olhos haviam-se cruzado antes, de uma forma fugaz.
Uma tarde de primavera em que os dias já cresciam passei e reparei que ele não estava. Procurei com os olhos mais alem para ver se o via, mecanicamente fui sentar-me no banco em que costumava estar, como que à espera de algo.
Tirei um livro e fui folheando sem ler.
Apercebi-me de uma sombra, ergui a cabeça e era ele.
-por aqui menina?
-sim hoje tive tempo para parar.
-a si falta-lhe, a mim tempo não me falta.
-Hoje ainda não o tinha visto por ca.
-É verdade fui ao hospital.
-Espero que de visita…
-Nasceu a minha netinha Maria Leonor.
-bonito nome…
-Era o nome da minha mulher.
-Sente muito a sua falta?
-Todos os dias.
-Como soube que a amava?
-Oh menina isso não se pergunta…Sente-se.
-Mas sente-se o que?
-Sente-se falta

1 jogadas:

Fio de Beque disse...

Gostei da boca que me deixaste, gosto muito da tua música e também daquilo que escreves ;) tens visitante assegurado...

sinal sonoro


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